George Mallory e Andrew Irvine: Morte Sob o Gelo - Obscura Verdade

Apenas os Pequenos Segredos Precisam ser Guardados, Os Grandes Niguém Acredita - Herbert Marshall

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5 de abr. de 2013

George Mallory e Andrew Irvine: Morte Sob o Gelo

Antes da primeira conquista do Monte Everest, em 1953, 24 pessoas, em 14 expedições, pagaram com a vida a ambição de vencerem a montanha mais alta da Terra. As duas primeiras vítimas, e as mais famosas, foram os britânicos George Mallory e Andrew Irvine, em 1924. Contudo, apesar de não terem voltado para provarem o seu feito, tudo leva a crer que venceram o desafio e se tornaram os primeiros homens a pisarem no “topo do mundo”.


O Monte Everest situa-se na Cordilheira do Himalaia, na fronteira do Nepal com o Tibete. Seu pico atinge 8.848 metros de altura. O nome Everest foi escolhido em homenagem ao governador geral de Índia colonial britânica, Sir. George Everest – típica petulância inglesa. Em nepalês, o monte é chamado de Sagarmatha, ou “rosto do céu”, um nome mais apropriado para tal montanha. A primeira ascensão se deu em 29 de maio de 1953, quando o neozelandês Edmund Hillary, juntamente com o sherpa Tenzing Norgay atingiram o seu cume, com a ajuda de cilindros de oxigênio. Oficialmente, até hoje, 212 pessoas morreram tentando conquistá-lo. Dessas, cerca de 120 ainda repousam lá, com os seus corpos a vista, servindo de aviso para os novos aventureiros.

Em 08 de junho de 1924, dois aventureiros partiram para a primeira investida definitiva contra o topo do Everest. Há pelo menos 20 anos o Everest fascinava alpinistas do mundo todo. Andrew “Sandy” Irvine, 22 anos, um esportista admirado em toda a Grã-Bretanha, e o alpinista mundialmente reconhecido, George Mallory, de 38 anos. Ao ser indagado durante os preparativos do por que tentar escalar o Everest, Mallory respondeu simplesmente: “porque ele está lá”. George Mallory era famoso por escalar lugares tidos como impossíveis e, quatro anos antes, havia atingido 6.700 metros na primeira expedição inglesa de reconhecimento na região do Himalaia. Na expedição seguinte, Mallory atingiu 8.170 metros no Everest, juntamente com outro alpinista, Edward Felix Norton. Desistiram ao sentirem os primeiros sintomas de congelamento, mas mallory estava hipnotizado por conquistar o Everest.


Irvine o George Mallory, os dois primeiros de pé, a esquerda

No dia 07 de junho de 1924, um dia antes da escalada fatal, novamente atacando o Everest, o grupo liderado por Mallory chegou à apenas 278 metros do topo, mas devido ao frio e a exaustão da equipe, apesar das insistências de Mallory em prosseguir, tiveram que desistir.

Na manhã seguinte (dia 8), Mallory escolheu o jovem Irvine para a investida final. Devido ao tempo terrível naquela manhã, ambos demoraram para iniciar a escalada. À espera da melhora no clima, perderam minutos preciosos, que mais tarde lhes custariam a vida. Quem presenciasse ambos saindo do acampamento com seus equipamentos precários e vestimentas de lã, diria que mais parecia que seguiam rumo à um passeio em um parque de inverno inglês. Durante uma breve melhora no tempo, eles foram avistados pelas lunetas do acampamento base, em uma das rotas principais da crista norte, às 12h50min, “progredindo fortemente para o topo”, como diria mais tarde Noel Odell, membro da expedição. Logo, esconderam as suas silhuetas sob a neblina.

Pouco tempo depois, uma forte tormenta de neve se formou sobre a parte superior do Everest. Duas horas mais tarde, apesar de um céu um pouco mais claro, o acampamento não conseguia mais visualiza-los. Com o cair da noite, esperaram por um longo tempo o regresso de ambos, mas devido ao mau tempo, tiveram que desistir dos companheiros. Mallory e Irvine nunca mais retornaram.


Mallory e Irvine

A primeira pista sobre o paradeiro dos alpinistas só veio em 1975, quando o aventureiro chinês Wang Hongbao declarou ter visto o corpo de um “velho inglês morto”, perto do topo. Infelizmente, Wang morreu no dia seguinte, vítima de uma avalanche, sem conseguir indicar o local exato em que se encontrava o corpo. Pelo que descreveu, tratava-se de Andrew Irvine.

Em 1999, uma expedição norte-americana liderada pelo famoso alpinista Eric Simonson, partiu em busca dos corpos. Encontraram o corpo congelado de George Mallory, à 8000 metros de altitude, na face norte do Everest. Aparentemente, ele deve ter caído e deslizado pelas rochas, sobrevivendo à queda. Deitado de bruços, com as mãos espalmadas, apresentava uma fratura na tíbia e na fíbula, o que o impediu de se levantar. Limitou-se a cruzar as pernas numa tentativa de conseguir algum conforto e esperar a morte que, devido à precariedade das suas roupas e a inclemência do frio, se deu pouco tempo depois.

Pelo fato de seus óculos com lentes escuras estarem em um dos bolsos, o acidente se deu ao entardecer ou início da noite, horário impossível de se sobreviver no topo do Everest, mesmo dispondo dos melhores equipamentos atuais. Apesar dos esforços da equipe de Simonson, não conseguiram encontrar o corpo de Irvine. Em escaladas com esse risco, existe um acordo tácito de se deixar para trás quem não consegue mais caminhar. Mas fica a pergunta: Mallory e Irvine faleceram durante a subida, ou foram pegos pelo frio fatal durante a descida, depois de conquistarem o Monte Everest?

É praticamente certo que alcançaram o cume, naquele 08 de junho de 1924, 29 anos antes de Edmund Hillary e Tenzing Norgay. George Mallory havia levado uma foto da sua esposa, com a intenção de deixá-la no topo do Everest. Quando encontrado o seu corpo, todos os seus pertences estavam intactos, exceto a foto. Ela nunca foi encontrada.

O fato de sua morte ter se dado ao entardecer, como foi provado pelos óculos escuros guardados em seu bolso, leva a crer que ele atingiu o topo naquele dia, sendo pego pelo anoitecer no regresso ao acampamento. Contudo, a prova definitiva para a conquista não foi encontrada. Junto ao equipamento, eles levaram duas máquinas fotográficas. Técnicos da Kodak acreditam ser possível revelarem as fotos, apesar dos anos, graças ao tipo de filme preto e branco que usavam, e as condições do clima, no alto do monte. Duas expedições foram organizadas para tentarem encontrar as câmeras, uma em 2004 e outra em 2005. Ambas infrutíferas. Sem as fotos, jamais teremos a prova do sucesso dos dois. Em 1995, o neto de George Mallory, George Mallory II, atingiu o topo do Everest e, diferente do avô, regressou com vida.

Apesar dos fortes indícios de que Andrew Irvine e George Mallory conquistaram o Monte Everest em 1924, oficialmente mantem-se a primeira escalada até o topo como mérito de Edmund Hillary e Tenzing Norgay, pelo fato de terem voltados vivos. Apesar do final malogrado daquela aventura, George Mallory e Andrew Irvine são reverenciados por alpinistas do mundo todo como símbolos de insistência e coragem.


2 comentários:

  1. Nossa eles deveriam ter desistidos coragem é mais forte que a vida, isso poderia ser considerado até como suicida, sim são corajosos mas do mesmo jeito eu acho que é loucura. No entanto eles estavam bem confiantes porque já escalaram várias montanhas.

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  2. eu também vou escalar esse monte um dia, determinação e força de vontade não falta

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