O 3° Reich foi palco de rituais e experiências bizarras. Hitler acreditava em coisas que para os outros eram apenas lenda e loucura. No entanto, foi essa "loucura" que trouxe para os nazistas um avanço tecnológico assustador para a época. Uma das empreitadas mais sinistras dos nazistas, foi a criação de um exército de zumbis.
Era o ano de 1944. Aos 14 anos, Martin Bormann Jr., um dos filhos de Martin Bormann (1900-1945, secretário pessoal de Hitler), era um jovem apaixonado pelo Nazismo. Era um feriado e ele estava em um grupo, se divertindo em Obersalzberg, retiro na Bavária, situado a 125 km a sudoeste de Munique, residência de Hitler nas montanhas.
Ali, naquele dia, ele viu o horror e tomou repulsa pelo nacional socialismo. Ele, sua mãe e sua irmã mais nova, foram convidados por Hedwig Potthast, amante de Heinrich Himmler (comandante da SS) para ver a coleção especial do Reichsfürer no sótão de sua nova casa na região. Eles foram. Martin Bormann Jr. contou sua experiência em uma terapia de grupo que, em 1990, reuniu os traumas de algumas pessoas que viveram a infância e adolescência na condição de filhos de oficiais nazistas:
"Quando ela abriu a porta e nós entramos, não entendemos que objetos eram aqueles, até que ela (Hedwig) explicou: esta é uma mesa e uma cadeira feitas de partes de corpos humanos. A cadeira... seu assento era uma pélvis humana, as pernas, pernas humanas, assim como os pés. Então ela pegou uma cópia do Mein Kampf e chamou atenção para a capa; tinha sido feita pelos prisioneiros do campo de concentração de Dachau (ou melhor, feita dos prisioneiros de Dachau), que tinham usado a pele das próprias costas para fazer a encadernação do volume."
Com esse pequeno texto acima, você já tem uma leve noção das bizarrices que ocorreram dentro da elite nazista. Não é novidade que Hitler era uma pessoa obcecada pelo ocultismo, e não só ele como a alta cúpula nazista estavam ligados à sociedades que praticavam rituais sinistros que incluíam até o sacrifício humano. E não se restringiu apenas à isto, como foram conduzidos diversos experimentos bizarros com seres humanos, e também experimentos ligados à esfera do paranormal, tais como comunicação com entidades de outras dimensões e também a comunicação com os mortos.
Um dos experimentos mais sinistros, foi a tentativa por parte dos nazistas de construir um exército de mortos-vivos. Pois é, não é só no The Walking Dead que tem zumbis não; o alegado necromante Heinrich Himmler (1900-1945, líder da SS) conduziu uma equipe com o objetivo de criar um exército imortal de zumbis.
Heinrich Himmler
Heinrich Himmler foi o Grã-Mestre de um conventículo de doze membros da SS (Waffen-SS, a tropa de elite nazista). Formavam a Ordem dos Cavaleiros Negros. Com esses discípulos, Himmler conduziu numerosos e secretíssimos rituais de magia negra no Wewelsburg Castle. Rituais esses que incluíam a Necromancia (comunicação com os mortos).
O castelo estava repleto de símbolos os quais eles acreditavam terem poderes mágicos. O símbolo do Sol Negro é visto em muitos lugares de Wewelsburg. Em um dos aposentos, foi reproduzido o cenário de Stonehenge. Walter Friedrich Schellenburg (1910-1952), chefe da Inteligência Estrangeira observou: "Himmler e seu círculo secreto de doze Gruppenführers (Líderes de Grupo) estavam envolvidos na comunicação mística com Teutões mortos e faziam outros experimentos espirituais. Aconteceu de eu entrar por acidente em um aposento do Castelo e vi aqueles doze líderes sentados em círculo, todos mergulhados em profundo silêncio contemplativo."
Ocultismo e o Necronomicon
Em 1917, uma mulher e três homens se encontravam em um café vienense em clima de grande mistério. A mulher, Anna Sprengel (?... -1891, condessa de Landsfeldt), era uma médium espiritual que supostamente havia feito contato com a Master Race (raça nórdica alienígena da qual os arianos supostamente descenderiam). Esses quatro austríacos formaram a Sociedade do Vril (mais tarde incorporada à rede de lojas ocultistas dos nazistas). Seu emblema era o Sol Negro, símbolo que poderia ser encontrado em muitos lugares sagrados, religiosos, de babilônios e assírios. Com a ascensão do partido nazista, figuras como Himmler ganharam recurso e espaço para se aprofundarem em suas crenças místicas. Himmler comandava não somente as SS mas, também a Ahnenerbe, centro ou secretaria de pesquisa científica de amplo espectro, da genética à arqueologia. Em 1935, Himmler estava especialmente interessado nas bruxas europeias. Considerava a perseguição promovida pela Inquisição como um Holocausto da raça ariana: A caça às bruxas custou ao povo alemão centenas de milhares de vidas de mulheres e mães, que foram cruelmente torturadas e executadas.
Em 1935, Himmler criou a Special Unit H, dentro da Ahnenerbe. Sua missão era descobrir traços de antiga magia germânica que tivessem escapado da Era das Fogueiras. As peças encontradas eram confiscadas e encaminhadas para exame técnico. A Unidade H reuniu mais de 140 mil documentos, entre livros e manuscritos relacionados ao ocultismo. Entre estes, uma cópia do von Juntzt´s Unaussprechlichen Kulten (Nameless Cults ou The Black Book ─ Cultos Desconhecidos ou O Livro Negro, literatura arcana sobre Cthulhu Mythos, os Mitos de Cthulhu significando que esses Mitos não saíram do nada da mente de Lovecraft), uma versão do Necronomicon escrito em caracteres do idioma gótico antigo ─ além de inúmeras fórmulas arcanas de rituais necromânticos.
Partindo do conhecimento contido nesse tipo de documento, os cientistas ocultistas das SS-Ahnenerbe começaram um programa de experiências. Recrutaram uma paranormal como sacerdotisa e essa é uma figura estranha: uma suposta neta de H. P. Blavatsky que, até onde a história registra, não teve nem poderia ter filhos naturais. Porém, os alemães arranjaram uma certa Marianna Blavatsky que foi instruída sobre o valor da violência como forma de produzir uma poderosa energia chamada orgônica (termo desenvolvido pelo Dr. Wilhelm Reich para descrever a energia vital, a energia cósmica primordial.). Consta que milhares de cobaias humanas (provavelmente judeus) morreram durante as operações mágico-metafísicas de Marianna em busca do controle da bioenergia gerada pela mágica do sangue.
O exército de zumbis
Um dos objetivos das experiências com energia orgônica era obter a ressurreição e/ou a imortalidade. Himmler, que acreditava em reencarnação, pensava em si mesmo como Henrique I da Germânia, chamado O Passarinheiro (876-936) renascido. Muito burro ou distraído, tentou até ressuscitar Henrique I, esquecendo-se que não poderia ressuscitar a si próprio reencarnado (dá zero pra ele).
De todo modo, esse interesse em ressurreições terminou com a brilhante ideia de levantar guerreiros mortos das tumbas e formar uma tropa invencível de zumbis nazistas. Era a Operação Ressurreição, conduzida pelo grupo nazista chamado Karotechia.
Diz a lenda que Hitler e sua equipe de cientistas excêntricos criaram soldados-zumbis. Para testá-los, soltaram-nos em uma pequena e remota cidade russa. Os moradores do lugar, vendo os mortos-vivos, trancaram-se em suas casas. Mas os zumbis mostraram-se estúpidos e inofensivos. Não eram agressivos, não se interessavam por comida nem por coisa alguma. A SS os destruiu, pois não serviam para nada.
A Karotechia produziu muitos desastres experimentais. No começo de 1945 sete oficiais da divisão e setenta e três funcionários de apoio morreram; foram assassinados e o local do ritual foi destruído durante uma sessão na qual foi invocado um ser extraterrestre identificado como Azathoth. No fim, dos 164 membros da Karothechia, 54 foram mortos pelos Aliados; seis morreram de causas naturais; três morreram durante bombardeios dos Aliados; quatro foram executados por traição; cinco morreram durante seus próprios experimentos; nove cometeram suicídio; 24 desapareceram em ação; 37 conseguiram fugir da Alemanha derrotada e 11 conseguiram refazer a vida depois da guerra.
E se os nazistas tivessem obtido sucesso com seu exército de zumbis? Parece até uma obra de ficção científica, mas é fato que durante o 3° Reich, diversos experimentos sinistros que beiravam a insanidade, foram conduzidos.
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